"Somos os Mestres e as Mestras das Minas Gerais .
Somos uma corrente de Pensadores Independentes e Livres , mobilizados por uma Causa Comum .
Queremos a concretização , de fato e de direito , para uma Educação Pública Libertadora e Igualitária , de Qualidade e para Todos .
Queremos o '' Labore Nostru '' de cada dia , árduo , persistente e imprescindível de Operários do Saber , devidamente , Reconhecido e Valorizado .
Hoje , legitimado por Direito e por Justiça."

domingo, 31 de julho de 2022

COMPROMISSO DE AMANHÃ TER DE VOLTAR!





 
COMPROMISSO DE AMANHÃ TER DE VOLTAR!

Saio, vou sair, torno a sair
todos os dias de manhã
sempre pro meu canto.
Pra desanuviar a cabeça
e varrer pensamentos tortos,
limpar as vistas
e desembaçar horizontes
vistos de perto, vistos de longe,
tão longe, tão perto do sentimento.
Na liberdade de ir e vir
por onde meus pés
sempre me levam,
sempre a pé por quilômetros,
aos encostos, recostos
transitando ou sentado em bancos,
praças e passeios.

Saio, vou sair, torno a sair
todos os dias de manhã
sempre pro meu canto.
Pra desobstruir juízos e tinidos,
sussurros e barulhos nos ouvidos
ditos nas pressas ou nas demoras
dos problemas sem soluções,
pra solucionar ou nunca solucionados,
nunca resolvidos dos soluços alheios.
Nos reparos ou despreparos
de coisas antigas já passadas,
ditas nos apertos ou desapertos,
revistas nos acertos ou desacertos
de quem ficou, de quem vai
ou ainda por vir
pelos meandros e meados da vida.

Saio, vou sair, torno a sair
todos os dias de manhã
sempre pro meu canto.
Pra mudar de ares,
sentir cheiros e aromas
e percebê-los diferentes
de entrando e saindo
narinas e baforadas.
No afã de esquecer,
mas, não adianta se deixar levar
pelos redemoinhos e volúpias
dos anseios alheios.
Reprimidos nada satisfeitos,
nunca libertos dos desejos
e assopros ainda fungando
livres e soltos
martelos e cacetadas
por detrás do meu cangote.

Saio, vou sair, torno a sair
todos os dias de manhã
sempre pro meu canto.
Pra rever a vida passar horas
devagar devagarzinho e nunca
deixar de passar.
Contadas por centímetros e minutos
e perceber toques e segundos
pausados milimétricos
custando a passar.
Ver a vida em câmera lenta
no ponto certo, ponto cego
em fases pausas e recomeços,
passados ou ainda por passar
nos momentos e instantes
de quem já passou ou ainda
ter por passar.

Saio, vou sair, torno a sair
todos os dias de manhã
sempre pro meu canto.
E depois de tudo observado,
no checape e reparo das vistas
pelos muitos risos poucos sisos
de muitos daqui e acolá,
mais dia menos dia,
eu sempre vou “mim’bora”.
Sem pressa ou obrigação de chegar
até ao ponto certo, ponto cego
de minha vida.
Tendo por certo e compromisso
de amanhã ter de voltar.