"Somos os Mestres e as Mestras das Minas Gerais .
Somos uma corrente de Pensadores Independentes e Livres , mobilizados por uma Causa Comum .
Queremos a concretização , de fato e de direito , para uma Educação Pública Libertadora e Igualitária , de Qualidade e para Todos .
Queremos o '' Labore Nostru '' de cada dia , árduo , persistente e imprescindível de Operários do Saber , devidamente , Reconhecido e Valorizado .
Hoje , legitimado por Direito e por Justiça."

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Pois, honraram a Pai e Mãe!


















POIS, HONRARAM A PAI E MÃE!
Bem amados, homem e mulher,
que, ainda,
se lembram dos primeiros instantes
e guardaram a fragrância da juventude
a lhes fazerem companhia,
renovando-se nos eternos momentos,
tempo e amor único de toda uma vida!

Bem amados, homem e mulher,
que se percebem acariciados pela longevidade
e ainda, compartilham sentimentos,
coisas simples, coisas de somenos,
nas alegrias e satisfações
sentidas mesmas manias e trejeitos
do quotidiano!

Bem amados, homem e mulher,
que, ainda, confidenciam segredos
de antigas intimidades nunca esquecidas,
que viram novas entre os agrados
dos cheiros e cafunés, do dia a dia!

Bem amados, homem e mulher,
que, ainda, brincam irreverentes
nos agarro e apertos,
com prazer e contato do corpo e pele
nas simples manifestações
do carinho e amor!

Bem amados, homem e mulher,
que se apercebem no resguardo
e afeto do bem querer,
mandam flores e recebem abraços,
sentem o frescor
dos aromas e cheiros do campo
e, ainda, têm visões e sonhos!

Bem amados, homem e mulher,
que sentem o desvelo e cuidado,
a atenção e reconhecimento
a lhes aquecer o coração e a idade,
por quem deram tudo:
- trabalho, suor e lágrimas!

Bem amados, homem e mulher
que são lembrados nas comemorações,
entre os beijos e abraços
por entes queridos próximos distantes,
às vezes tão longe,
mas tão perto do coração!

Bem amados, homem e mulher,
que se permitem ao descanso e gozo
por outrora labutas passadas,
motivos e pretextos
dos festejos e risos
por recordações das páginas
já viradas!

Bem amados, homem e mulher,
pelos filhos que lhes sucedem,
seguindo lhes os marcos e passos
e, hoje, estabelecem
suas próprias pegadas e marcas!

Bem amados, homem e mulher,
que consideram-se reconfortados
e visionários pelos prêmios recebidos
ao lhes ser coroados netos,
coroas e flores no entardecer
dos seus dias!

Bem amados Pais Avós ,
guardados e queridos
no respeito e na gratidão
pelos mais Novos!

Bem amados Pais Avós,
que terão seus dias prolongados
e verão sua posteridade
até a terceira e quarta gerações,
abençoada pelo Senhor
na terra que o Senhor Deus
lhes deu um dia,
pois, honraram a Pai e Mãe!


sexta-feira, 13 de abril de 2018

Reminiscências do Passado: - Eu sou!








- EU SOU!

Sentir o cheiro acre
das ruas amorfas.
Andar com pressa
pelas calçadas escuras
de postes apagados.
O mesmo itinerário
nas mesmas horas mortas,
com muito sono
e com muita fome
e sem um tostão
nos bolsos, durão.
Olhar fachadas,
as mesmas balofas
e velhas de prédios
amontoados, passando
meus passos.
Deixando em cada esquina
pedaços caindo,
desmoronando sonhos
de toda uma vontade
de ter também
um cadinho do mundo,
um pouquinho do céu.
Passar ouvindo
a sequência de ecos
dos próprios sapatos.
De tantos ouvi-los
repetidos, iguais
vão me parecendo vozes
me acompanhando
e chamando
a cada instante meu nome,
não me deixando
esquecer que sou,
que existo.
São coisas.
São partes de mim.
Me seguindo
a cada passo
nos meus calcanhares
por toda parte.
Coisas que
não me deixam mais,
ecos de vozes
andando comigo
nas horas mortas
as ruas amorfas.
Meus pés
martelando o cimento,
a série infindável,
enfim, marteladas
me lembrando
que sou
que existo.

[ Escrito em 1971, por jovem que corria atrás dos seus sonhos.  ]


quarta-feira, 4 de abril de 2018

“Não me enxuguem as lágrimas!”
















(Assistam! Ouçam! E vejam!)

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que dobram seus joelhos
e enraízam suas esperanças últimas, 
definitivas na fé?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que se aquietam mudos,
recolhem-se ao silêncio de si mesmos
nas esperas sem fins
por indagações e respostas
que nunca vêm!

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que se vêem no abandono,
relegados ao esquecimento
por queridos próximos distantes,
às vezes tão perto,
mas, tão longe do coração?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que se apercebem espoliados,
por razões que não se justificam,
apenas parceiros na penúria,
apenas companheiros da solidão?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que ainda esperam um resquício
da gratidão,
por quem se doaram tudo,
trabalho suor e lágrimas?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que alvejaram suas cãs no desalento
da demora continuada,
conformados e sem esperanças,
até, de serem confortados
na hora da despedida final?   

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que se exprimem
nas saudades das vistas cansadas,
com mãos recostadas
nos encostos da idade
e desilusão da vida?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que se apoiam somente
em lembranças passadas,
esquecidas poeiras ao vento
e só lavadas pelo tempo?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que ainda olham
direto nos olhares alheios
e sem nada dizerem a outrem,
dizem tudo
do próprio desamparo,
 tristeza e dor?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
que suplicam entendimento e razão
ao Infinito
e buscam consolo e paz
além dos horizontes?

Quem são estes?
Olhos que falam, daqueles
Pais Avós excluídos,
envelhecidos?
Então!
Não me enxuguem as lágrimas,
apenas lembrem-se...
Vocês! Que hoje são jovens,
serão os velhos de amanhã!
Afj

Bem aventurados os idosos
que são cuidados e amados
por seus queridos próximos distantes,
tal qual eu sou amado e cuidado
por meus queridos próximos distantes!
O autor.