Quanto mais...
Quanto mais vejo,
vejo insensatez em todas as coisas,
refletidas ações e
atitudes de pessoas
nada sensatas.
Quanto mais existo,
me dou conta do cansaço
de minhas vistas,
teimando em enxergar o óbvio:
- a
inexistente solicitude nas faces
das pessoas.
Quanto mais ando,
por aí se me depara a eminente omissão,
escancarada às vistas de
todos,
no entanto,
tornando-se apenas testemunha
muda
presente e excluída
na vida de muitos
Quanto mais perambulo,
despretensioso andarilho
se me constata prosperar a ganância,
prática ilícita no
cardápio de muitos,
canibalizando pessoas.
Quanto mais
se me envelhecem os dias,
se me entristecem os
olhos,
de só reparar e me dou
conta
do crescente desrespeito
e falta de
compaixão
aos desvalidos, pobres ou
idosos,
tanto quanto,
aos excluídos, diferentes
ou abandonados.
Quanto mais
se me envelhecem os dias,
se me entristecem os olhos
de só reparar e me dou
conta
da crescente intolerância
propagando
violência fratricida
e germinando
e germinando
entre novas gerações,
tanto quanto,
afortunadas ou
desafortunadas,
aptas ou inaptas.
Quanto mais
se me envelhecem os dias,
se me entristecem os olhos
de só reparar e me dou
conta
que a terra não cessa em
tragar
cadáveres, misérias e
desgraças,
tantas quantas inumeráveis,
desgraças, misérias e cadáveres
perpetradas a mando e cobiça
dos homens.
Quanto mais
se me envelhecem os dias,
se me entristecem os olhos
de só reparar e me dou
conta
do absurdo tácito
em ações e atitudes dos
homens,
levadas às últimas consequências
de fato e na contramão
do bom senso e do bem
comum.
Quanto mais
se me envelhecem os dias,
se me entristecem os olhos
de só reparar e me dei
conta
finalmente
em não esperar ainda, por
dias melhores.
Vou fechar meus olhos
descrente
das pessoas,
vendo o Mal se agigantando
e tomando toda a terra.
Hoje, quase que totalmente,
desabitada de
homens
de boa índole.
de boa índole.
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