"Somos os Mestres e as Mestras das Minas Gerais .
Somos uma corrente de Pensadores Independentes e Livres , mobilizados por uma Causa Comum .
Queremos a concretização , de fato e de direito , para uma Educação Pública Libertadora e Igualitária , de Qualidade e para Todos .
Queremos o '' Labore Nostru '' de cada dia , árduo , persistente e imprescindível de Operários do Saber , devidamente , Reconhecido e Valorizado .
Hoje , legitimado por Direito e por Justiça."

domingo, 4 de agosto de 2019

Memórias Póstumas de um Louco e Apaixonado.

Ouçam a melodia...
Memórias Póstumas
de um Louco e Apaixonado.

Que agora passo a relatá-las.
E este não sou eu!...
Começam assim...

Aqui jaz um amor que nem nasceu,
não viu, não sentiu a luz do sol,
nem oportunidades teve de se expressar
para a sua pretensa amada...

Aqui jaz um louco amor incendiado,
tão somente, por um simples sorriso,
que no seu entender lhe disse tudo,
mas só para a desventura,
mas só para a desdita,
que nada lhe sobrou para lhe acalentar
os seus olhos sequiosos, hoje, apenas secos
dos desejos frustrados e cortados,
já, no nascedouro desta paixão
não correspondida...

Aqui jaz um terno e único amor,
oferecido sem igual e sem medidas,
sem hora ou tempo para acabar,
mas sob juras e sob promessas
para varar a eternidade...

Aqui jaz um amor despudorado, belo,
sem vergonhas ou sem arreglos,
não pediu licença, foi entrando,
sem mais aquela, na vida da pretensa amada
e devastando e lhe propondo
e lhe provando tudo,
restrito nas possibilidades e na razão,
que, com certeza, daria certo,
contra tudo e contra todos,
das incertezas alheias,
ou para os espantos ou para os assombros
dos espectadores desavisados,
ou inconformados ou preconceituosos
e mesmos invejosos...

Aqui jaz um amor inteiro, verdadeiro e único,
colocado na palma da mão da pretensa amada
e pretensa estrela vespertina,
colocado no condão mágico da magia encantada,
colocado em fios de ouro nas salvas de pratas
este amor cristal límpido e transparente,
que, agora,
ofuscou-se lhe a luz e a claridade
e a pretensa amada e estrela vespertina,
já, se foi,
o condão mágico quebrou-se
e acabou-se a magia
e se lhe perdeu o encanto,
os fios de ouro se romperam
de vez nas salvas de pratas
e o amor cristal perdeu o brilho
e a transparência,
despencou-se ao chão e se partiu
em infinitos pedaços,
que fica difícil um dia, juntá-los
e reconstituí-los...
  
Aqui jaz um amor compungido, doído,
que tem levado seu dono ao desespero
e a dor tem sido tanta,
que a própria dor vai se encarregando
de amortecer aos poucos
e anestesiar a mesma dor,
que o tempo tem se encarregado,
também,
de completar a tarefa, serenando os ânimos
e sossegando essa dor insana
do dono desse coração...

Aqui jaz um coração arrancado do peito
e juntamente com as lembranças
da sua pretensa amada,
último recurso encontrado pelo dono,
para se esvaziar e desalojar esse inquilino
amor concebido e que não deu certo
e foi deixado extirpado e violado,
insepulto à beira da estrada,
juntamente com as recordações
da pretensa amada para secar ao sol
e o vento e o tempo se encarregarão
de varrer o resto,
em deteriorar a memória esquecida,
póstuma
desse coração inveterado e louco de paixão...

Aqui jaz o infindável de muitas coisas que,

já secaram todas as lágrimas derramadas,
ou ainda por serem derramadas,

já secaram todas as palavras escritas,
ou ainda por serem escritas,

já secaram todos os argumentos
questionados na razão e no irracional,
ou ainda por serem questionados
na razão e no irracional,

já secaram todos os arranjos
do possível e do imaginável
apresentados e perpetrados
na boa fé e na inocência,
 ou ainda por serem apresentados  
e perpetrados na boa fé
e na inocência,

já secaram todas as loucuras da razão,
bem como,
todas as sensatezes da demência,
vida real e vida mirabolante,
ou ainda por virem vida real
e vida mirabolante,

já secaram todas as vontades
de persistir e não desistir
e ficar sempre tentando
e batendo às portas
deste pretenso coração alheio feminino,
mas tudo isso, também,
já são águas passadas, tempos cansados,
ou ainda por virem
águas passadas, tempos cansados,

já secaram todas as tristezas havidas
e, ainda, por haver,

já secaram todas as mágoas sofridas
e, ainda, por sofrer,
e, agora, já não interessam mais,
ou ainda por virem
ou serem repetidas e sofridas...

Onde as vistas não puderam alcançar,

onde as mãos não puderam nem tocar,

onde não foram apercebidos os cheiros
e nem ao menos
o calor daquele corpo desejado,

onde nenhuma palavra foi dita,

onde a vontade insatisfeita findou
e morreu,

onde lhe bateram a porta na cara,

onde lhe escorraçaram o sonho,
feito cachorro sem dono,

onde nem ao menos lhe quiseram ouvir,

onde nem tentaram
lhe enxergar a alma oferecida
de peito aberto,

onde um simples NÃO dito franco nos olhos
bastaria o suficiente e com isso encerraria
o equívoco dessa estória
e ele levaria, sem mágoas ou ressentimentos,
as lembranças com carinho e no afeto
daquele sorriso,
e mesmo assim, embora rejeitado
estaria feliz com aquela pretensa amada,
que, um dia, não lhe quis e não poderia
ter sido, de jeitos e maneiras, 
a sua amada imortal...

E com isso, aqui hoje e agora,
já bastaria o bastante
para esse amor bastardo
e infeliz aborto concebido
e, só, largado,
jogado fora insepulto
naquilo
que um dia, simplesmente,
aqui jaz a loucura e paixão...

Caros Leitores e Afetos dos Corações Femininos!...

O personagem agora frustrado,
decididamente pega a viola,
mete na sacola,
sacode a poeira
da adversidade e dor,
pois,
encontrou ferrolhos
e portas trancadas!...

Vai-se embora
e está saindo da vida
daquela pretensa amada definitivamente,
que um dia lhe encantou os olhos,
mas, com certeza,
não terá sido ela,
sua amada imortal...

O personagem persistirá!...

E vai acreditar que, um dia,
há de surgir aquela sua a alma gêmea,
luz para os seus olhos e encanto da sua vida,
sua amada imortal!...

Aquela mulher esperada estrela vespertina
dos seus tardios dias e anseio
dos seus desejos!...

Aquela que será capaz
de enxergar e ler sua alma, 
livro aberto do homem totalmente amoroso 
e desvendar segredos do peito aberto, 
que moram dentro do seu coração!...

Finalmente!...
Aquela que vai apaziguar sua  alma 
e sossegar seu coração...
_Do personagem, é claro!...
Agora, nem louco e nem apaixonado,
apenas e simplesmente lúcido e acordado
Viu?... Corações Femininos!...

Se o personagem nunca existiu
ou se de fato existe na vida real
ou se é obra criada da ficção
e imaginação do autor,
isso agora é com vocês, ouvintes
e leitores!...
Vocês que decidem o rumo da estória,
verdade verdadeira ou mentira
de verdade?...
Fim. 
Assistam também ao "vídeo original":


Nenhum comentário:

Postar um comentário