QUANTO
PODE UM HOMEM PEDIR?...
Pedir
arrogante,
dentro
do seu direito perdido,
que
lhe surrupiaram e abstraíram
ao
longo do tempo?...
Pedir
pouco,
na
sua humildade assumida
e
esperançoso de ser atendido
um
dia, ainda?...
Pedir
nada,
conformado
e entregue
à
sua insignificância e relegado
a
continuar viver dias ,até ,
que
a morte venha e o leve?...
Atrevo-me,
para reforçar
meus
argumentos e justificar e confirmar
a
legalidade das minhas petições,
passar
em revistas a vida
passada,
pregressa do meu cliente,
Senhor,
Deus meu!...
Descerrando
as cortinas do tempo,
que só a Ti
que só a Ti
competem abrir teus Livros
dos
Registros, das Memórias, da Vida,
podeis
verificar a sua infância remota,
passada
na fazenda,
ou
na cidade, decorrida na companhia
dos
avós paternos...
Menino
franzino, rosto sardento,
tinha
a bondade estampada na cara...
Criativo,
inventava e fabricava
seus
próprios brinquedos,
patinetes
e carrinhos de rolimãs ,
"tomadô", linhas e pagagaios,
arco
e flechas, pernas de paus
piões,
piorras e muito mais...
Gostava
de nadar, pular de “finquête”
no
rio e no ribeirão da cidade...
Gostava
de desbravar as matas,
riachos
e morros, cada recanto
da
fazenda onde nascera...
Gostava
de “viajar”
no carro de boi,
afinado
chiando melodias
na
toada dos bois carreiros
e
cedo acordava ligeiro e empoleirado
nos
cercados do curral,
gostava
de ver o pai, na pressa,
de
tirar o leite das vacas leiteiras...
Também
gostava de vê-lo,
garboso
montado no cavalo “Prateado”,
que
não era nada prateado,
mais
um imponente cavalo baio
com
as crinas prateadas...
Lembra-se
muito bem do “Forde
bigode”,
caminhoneta grená,
que
por aquelas bandas e épocas
era
coisa rara e difícil de se ver...
Gostava
de ver a mãe e a “Comadre”,
ajudante
de ordens e pessoa já estabelecida
e
respeitada na família,
as
duas mulheres e senhoras da fazenda,
nas
lidas e canseiras domésticas,
ordinárias
e de praxe ,
em
lavar roupas no
“rêgo d’água”,,
em
cozinhar panelas e panelões
pros
camaradas de serviços
e
de sobra cuidavam da criançada,
recebiam
visitas e arrumavam
a
casa e café de todos os dias...
Dinho
e Dinha, os avós paternos...
Ele
entendido e estudado em
homeopatia
,
receitava
e remédios em gotas , dava de
graça
à
uma clientela cativa,
pobre e carente,
que
lhe tinha estima e respeito
e,
de quebra, ele tinha terras
a
perderem de vistas pelos lados
da
cidade de Itapecerica,
onde
criava e vendia
bois
gordos...
Ela,
sempre prestativa, praticava
filantropia
e caridade e costurava
fardos
de roupas, cobertores, cobertas
aos
necessitados ,
que
lhe batiam às portas...
E
o menino cresceu vendo tudo isto
e
só teve de ficar menino bom,
que
dava gosto de vê-lo crédulo
nas
estórias contadas
pelos
proseadores da roça,
que
de tudo contavam um pouco ,
desde
assombrações vistas
almas
penadas ,
nas
“tronqueiras”
pagando penitências,
até
estórias mirabolantes do
“arco
da véia”,
de
arrepiar a cabeleira,
contadas
daquele povo do lugar,
gente
brava,
que
fio de bigode era garantia
da
palavra dada e empenhada
e
chegava mesmo ao cúmulo
das
últimas consequências
de
rasgar o bucho dos desafetos,
por
falta de respeito às mulheres alheias...
O
menino cresceu vendo tudo isto
e
só teve de ficar menino bom,
"bão" de coração,
que
seu apelido dado pelo pai
era
chico, chico boi...
Mas
veio dia e um dia ,
o
menino se “arrezolveu”
e pegou
todo
mundo de surpresa
e
disse que ia ser padre,
igual
ao seu tio padre...
E
foi ser sacerdote do Senhor,
seminarista
estudou muito,
rezou
ainda mais
e
aprendeu a disciplina, em ser
muito
mais ainda abnegado
no
retiro da sua alma...
Tinha
planos para exercer sua vocação,
mas,
Senhor, Deus meu,
ele
perdeu a fé no sagrado,
desacreditou
de todas as falas,
que
lhe tinham incutidas
em
anos de estudos e reflexões,
meditações
e penitências,
jejuns
e orações,
passados
na solidão de sua alma,
que
não lhe satisfizeram
e
não o convenceram mais do rumo certo,
que
pensava, tinha traçado
e
ele largou tudo, tirou a batina e
deu no pé,
Senhor,
Deus meu...
E
FOI O PRIMEIRO VAZIO,
QUE
LHE ENCHEU ALMA E
CORAÇÃO...
E
ele continuou, agora, moço bom
e
só em Ti
cria,Senhor,
Deus
meu...
Sua
cidade encolheu
e
ficou pequena para ele,
ele
foi e ganhou o mundo...
E
ESTA FOI A PRIMEIRA ETAPA
DA
SUA VIDA...
E
FOI A PRIMEIRA VEZ QUE ELE FOI...
E
foi...
Assentou-se
marinheiro na gloriosa,
Marinha
de Guerra Brasileira...
Destacou-se
pelos estudos e
disciplina...
Comportamento
zero ponto
perdido
na carreira...
Conceito
excelente
para
a carreira, para o comando
e
para o mando...
Queria
ser jornalista e escrevia...
E
pretendia prestar seus serviços,
como
relações públicas da Marinha...
Mas,
não deu!...
Teve
de atender ao apelo de casa...
Da
família em necessidade
e
passou a mandar-lhe todo
o
seu soldo
e
foi “morar
à bordo”...
Abdicou
do sonho e encerrou os estudos
de
pré-vestibular para jornalismo...
E
não ficou
decepcionado,
nem frustrado, nem revoltado,
pois
fez o que seu coração de filho
lhe
mandava fazer
e
acudiu pais e irmãos na
necessidade...
Mas
não ficou sossegado,
conformado
e entregue
à
própria sorte...
Correu
atrás e para não sair
da
Marinha com as mãos abanando,
aproveitou
seu tempo
na
Escola de Educação Física...
Formou-se
Instrutor Militar,
Professor
na vida civil
e
deu baixa em
mil
novecentos e setenta e seis (
1976 )...
TORNO
E VENHO A TI
ARRAZOAR ESTA CAUSA!...
QUANTO
PODE UM HOMEM
PEDIR?...
Pedir
arrogante,
dentro
do seu direito perdido,
que
lhe surrupiaram e abstraíram
ao
longo do tempo?...
Pedir
pouco,
na
sua humildade assumida
e
esperançoso de ser atendido
um
dia, ainda?...
Pedir
nada,
conformado
e entregue
à
sua insignificância e relegado
continuar
viver dias, até,
que
a morte venha e o
leve?...
O
Senhor, Deus meu
sabes
muito mais da vida dele...
Tudo
de certo guardado,
ou
tudo de errado confessado,
perdoado
na sua vida,
muito
mais do que este,
que
escreve...
No
momento e precisão
desta
narrativa, é que se insere
o
meu arrazoado e petição
a
Ti, Senhor, Deus meu,
a
favor deste esperançoso homem,
que,
pretende, ainda, viver
seus
dias
numa
quarta etapa de vida,
nos
anos que, ainda, lhe restam
para
ele poder viver...
E
ele Te
suplica, Senhor,
Deus
meu,
que
este pedido
não
lhe torne uma maldição,
tal
qual aconteceu com o rei
Ezequias,
a
quem concedestes
mais
quinze anos de vida...
Rei,
mal agradecido,
não
honrou, glorificou e enalteceu
o
bendito nome de
IAHWEH,
quando
visitado por emissários
da
emergente nação hegemônica
na
ocasião, Babilônia dos Caldeus...
Pois
, queriam eles saber
do
fenômeno extraordinário,
que
fez o sol retroceder dez
(10)
graus
da
sua sombra, sinal espantoso
manifestado
pelo Deus dos israelitas
e
dado para confirmar a cura do rei...
E
eles vieram averiguar que
Deus
poderoso era Este,
da
nação de Israel
e
pretendiam aliar-se a Ele...
Em
vez disto, o enfatuado,
pusilânime
rei israelita,
no
afã de mostrar grandezas
próprias
aos
babilônios visitantes,
fê-los
ver
e
lhes mostrou todas as riquezas
e
tesouros de Salomão,
acumulados
e guardados no
Templo
Sagrado de Israel...
E
IAHWEH o cobrou por isso,
em
negligenciar sua glória
de
Único Deus, criador dos céus e da terra...
Pois
o rei israelita,
“"'sabedor
da verdade, poderia ter dado
"um poderoso testemunho”
perante
aqueles pagãos...
Eles
passariam a crer em
IAHWEH...
Isto
mudaria, com certeza ,
o rumo da
o rumo da
“ "a nova ordem mundial”,
que
se instauraria em breve
com
o “Império de Babilônia”
e
o nome de IAHWEH
seria
propagado entre todos povos,
nações,
língua e tribo
e
muitos haveriam de Nele,
crer...
Pelo
seu erro imperdoável
aos
olhos do Altíssimo,
o
povo israelita, na quarta geração,
seria
levado cativo para a Babilônia
de
Nabucodonosor...
E
de fato foi,
o
povo foi levado cativo...
Jerusalém
e o Templo Sagrado
foram
destruídos e queimados...
O
suplicante,
que
apresento perante Ti,
não
pede longos anos,
ainda,
para serem vividos...
Mas
tão somente os anos,
que
reservastes na Tua
Onisciência
para
ele viver dias em cima
da terra,
que
o Senhor ,
Deus meu lhe
concedeu...
Mas
defende de si,
que
foi fiel,
na
saúde e na doença,
que
foi fiel,
nas
alegrias e nas tristezas
e
com zelo e paciência
tem
devotado cuidados
à
companheira da juventude...
Mas
defende de si,
que
foi Pai protetor e guardador
dos
filhos que ele pegou
e
lhe destes para ele criar...
Intentou
que seguissem
os
caminhos retos do Senhor
e,
apesar, de seguirem
suas
próprias inclinações
e
determinações de livre arbítrio,ele,
ainda,
os
considera e os ama muito...
Mas
defende de si,
que
não se acha mais percebido,
que
não se sente mais precisado,
que
não existe mais conversa ou diálogo
de
pai, esposo, amigo
dentro
do seu próprio lar...
Mas
defende de si,
que
não tem mais
o
calor e o amor de uma mulher,
que
lhe queira bem
e
goste dos seus jeitos de ser...
Encante-se
com suas prosas
e
apaixone-se, perdidamente,
pelos
sorrisos e tristezas
dos seus olhos...
dos seus olhos...
Esquente-lhe
o sangue e coração
e
lhe esfregue amorosa os pés
por
debaixo das cobertas...
E
lhe faça homem na cama,
tanto
quanto queira ela,
do
mesmo jeito,
que
ele lhe faça também,
mulher
na cama...
Finalmente,
defende de si
que
não está repudiando
esposa
e filhos,
mas
se sente muito mais
repudiado
pela esposa e filhos...
E
na Paz quer e vai sair da vida deles!...
Torno
a Ti,
Senhor,
Deus
meu,
em
defender a causa do meu cliente
numa
simples pergunta
e
só a Ti,
Senhor,
Deus
meu,
compete
responder,
que
ouso e me atrevo em inquirir:
Quanto
pode , este homem suplicante,
vir
a Ti, Senhor,
Deus
meu
e
Te pedir em
lhe
concederes,
numa
quarta e última etapa
de vida”?...“
Para
ele poder viver os anos,ainda,
que
tens reservado para ele,
de
agora em diante sim,
viver
feliz na terra,
que
o Senhor Deus
lhe dará
e
compartilhar sua vida com a companheira,
amorosa
e sensata?...
E
é só isto, que ele Te
pede,
Senhor,
Deus meu”!...
Todas
estas bênçãos
e
Teu perdão
eu Te
suplico,
óh
Senhor,
resguardado
e confiado, apenas,
no
bendito nome
do
SENHOR IAHWEH JESUS.
Assinado:
mestresdasgerais
[só
um homem ,
humilde
e ajoelhado contrito
aos
pés do Onipresente
Deus...]
E
este persiste em ser
o
segundo vazio,
que
tem lhe transbordado
a
alma e coração!...
E
poderá de ser
a
segunda vez que ele terá de ir?...
E
haverá de ser
sua
derradeira etapa de vida?...
Observação
do autor!
O
suplicante venceu sua terceira
(3ª)
etapa de vida.
Como
pretendia, saiu em paz
com
os seus e eles não
lhe fecharam a porta atrás
de si e hoje,
ele
se tornou itinerante
da
estrada
`procura
da identidade
perdida,
perdida,
de
si mesmo e
está tentando
redescobrir-se
numa
quarta e, com certeza,
sua
última etapa de vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário