Um homem reservado!...

UM HOMEM RESERVADO!...

As agruras e decepções da vida

me tornaram

um homem muito reservado...

Não sou mais dado aos festejos...

Não sou mais dado às bebedices...

Não sou mais dado 
às comemorações...

Não sou mais dado 
às reuniões familiares...

Posso, até, participar

e participo de bom grado 
e eventualmente,

dos festejos, bebedices, comemorações e reuniões familiares...

Mas, esses extravasamentos sociais

não fazem mais parte 
e nem combinam mais

com meu feitio e estilo de vida, hoje!

O legado assumido por mim

e ocupação que encontrei 
para fazer,

é escrever de uma forma diferente

em onze (11) canais de comunicações na internet.

É o que me propus fazer

no entardecer dos meus dias,

para não me impactar e ficar

só esperando com a boca aberta,

esperando a morte chegar...

E é nessa última tarefa,

onde vou me dedicar 
com tempo integral

dos meus esforços 
e recursos pessoais:

financeiro, materiais, técnicos 
e culturais.

Por esse e exclusivo motivo,

que tenho de ter “o meu cantinho”!

Não vou precisar ter hora 
para dormir,

não vou precisar ter hora 
para acordar.

Sendo assim,

morando na minha propriedade,

não vou incomodar ninguém 
com meu estilo de vida,

como também, não vou ser incomodado por ninguém.

O que eu tinha de fazer 
para os meus,

já o fiz: criei e eduquei, 
cuidei e sustentei,

dei-lhes conselhos e me preocupei

com suas escolhas 
e destinação na vida,

(eu e a mãe deles, 
ainda, nos preocupamos!),

etc, etc, etc e tal eu já o fiz.

Hoje, tirei os cabrestos,

que não estou mais na idade 
de servir às pessoas

com meus recursos pessoais 
ou financeiros

por uma face da moeda,

tanto quanto, 
por outra face da moeda,

muito menos servem 
as instruções e conselhos

de quem já lidou e labutou a vida,

que nem me escutar, 
escutam mais,os mais novos!

Sabem o que eu sempre

digo para estes mais novos:

- o burro velho, sou eu!

Vocês, que tratem 
de murchar as orelhas!

E vai daí, que eu escrevo!

É nesse sentido e por opção pessoal,

que não será tão necessário

de ser olhado ou servido 
pelos cuidados alheios.

Quero ter a liberdade

de acordar quando quiser,

dormir quando quiser,

fazer minhas refeições 
na hora que melhor me convenie,

exercitar-me e fazer caminhadas

para minha saúde física e mental

em horários propícios 
da vontade e precisão,

tomar banho no tempo adequado

e sobretudo, disponibilizar o máximo

da minha disposição em tempo integral

para dedicar-me, exclusivamente, 
na elaboração e construção 
do meu legado.

Esta, é apenas um lado da questão,

que não pretendo tornar-me de fato

e às vias das últimas consequências, um eremita!

A complementação 
de minha alma e coração,

que tanto me faz falta 
é uma companhia feminina,

que eu necessito por companheira.

E, se possível for,

rogo os beneplácitos 
e bênçãos do Divino,

em conceder-me essa última dádiva.

Mas...

Que mulher irá pretender 
a este homem?

E estar afinada aos desejos dele,

tanto quanto ele aos desejos dela?

Sentir-se num imenso prazer

em apreciar a obra da sua criação

e mesmo interagir com ele,

propiciando-lhe sugestões 
e conselhos pertinentes?

Cuidar dele,

tanto quanto ele irá cuidar dela?

Encontrar-se livre e desimpedida

e sentir-se engajada e entrosada

nesta sua última empreitada?

Eis a questão!

E no contra senso desta 
mesma questão

não é pretensão deste homem

constituir-se com sua amada 
uma ilha,

sem o acesso a terceiros.

Familiares, amigos e conhecidos

e novas amizades encontrarão, sempre, as portas abertas 

para os reencontros fortuitos

das saudades e contentamentos,

que a vida doravante 
está nos reservando.

Eis a última questão!

Intrigante e misteriosa:

- Terá esse homem

encontrado esta mulher deferente,

especial e afinada a ele,

ou ele, ainda, espera por ela?

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