- Isso?... Que é solidão!...
De fato, e
verdadeiramente,
o que vem
a ser solidão?...
Posso lhes
falar de solidão,
pois que,
é uma
situação, que amiúde
me tem acometido
nos meus, já
muitos dias!...
Solidão?...
Não é quando alguém
se dá
conta de estar só,
irremediavelmente
sozinho.
Não ter ninguém
para lhe
fazer companhia.
Conversas
jogadas fora
nos papos
por falar,
ninguém
para conversar.
Não ter
ninguém
para desabafar,
expor a alma,
lembrar
acontecidos
de pessoas
e ocasiões,
ninguém
para contrapor opiniões
ou dar
incentivos ou apenas ouvir.
No olhar
amigo, no olhar reprovador,
no olhar
indiferente,
mas,
complacente,
de uma
companhia em prosear
café com
bobagens.
Solidão?...
Não é
sentir-se,
que perdeu
o tempero,
a queda e
o tino em combinar
os
ingredientes nas falas investigativas, participativas
e
interessantes,
que
interessem a outrem
e por
causa disto
sentir-se
excluído
dos
relacionamentos
no
conviver com pessoas.
Solidão?...
Não é
isolar-se
por
circunstâncias
ou
voluntariamente
no querer
próprio
ou no
descaso dos demais.
Isso?...
Não é
solidão!...
Pois aos
trancos e barrancos
a gente
aguenta,
de quem já
viveu muito,
viveu
bordoadas que
“sabe como
é que é”,
em muito
mais
de
compreender as pessoas,
do que ser
compreendido
por elas.
Releva!...
Perdoar ou
não perdoar,
não tem
nada o que perdoar,
esquece.
Solidão?...
É muito
mais do que isso!...
É um
encadeamento progressivo
de rejeições
acumulativas,
que
machucam
e doem na
alma...
A 1ª
Rejeição?...
É ser
esquecido pelas pessoas!...
É neste
instante, que a ficha cai
pela
primeira vez
e você se assusta,
mas, não
se dá conta,
que está
por sua conta,
deixado de
lado
e relegado
ao passado.
E você se
toca
com
espanto pela primeira vez,
ao se ver
esquecido
pelas
pessoas.
Ser
esquecido pelas pessoas
é seu
primeiro impacto,
queda ou
aumento
de
pressão.
Esquecem
quase ou de tudo,
sem os
propósitos
ou nas
intenções dos propósitos
de
esquecerem-se do seu empenho,
suor e
trabalho realizado,
que agora,
não têm importâncias
e de pouco
importam
e de nada
valem,
que já
ficaram para trás.
Esquecem
da sua
identidade perdida
de quem
você foi
e lhe
deixam no ostracismo
na
intenção de lhe esquecerem.
É
não ser mais lembrado
pelas
pessoas!...
É neste instante que a ficha cai
pela segunda vez
e você se amedronta
mas, você incrédulo,
ainda não se dá conta,
que está por sua conta,
deixado de lado
e relegado ao passado.
E
você se toca
com
espanto pela segunda vez,
ao não se
ver mais
lembrado pelas
pessoas.
Não ser
lembrado mais
pelas
pessoas
é seu
segundo impacto,
queda ou
aumento
de
pressão.
Você, torna-se
abstraído
tais como
aquelas
páginas amareladas
de tão
desbotadas e velhas
daqueles
álbuns de família,
de quando
em vez
alguém os
vê.
São apenas
lembranças
para serem
lembradas
de quando
em vez,
que nem
saudades têm,
lembranças
para serem vistas
e depois
esquecidas...
É o que
você é!...
A 3ª
Rejeição?...
É se aperceber
nas indiferenças das pessoas!...
É precisamente
neste instante,
que a
ficha cai, de verdade
e você se atemoriza
pela
terceira vez,
mas agora,
você, definitivamente,
se dá
conta,
que está
por sua conta,
deixado de
lado
e relegado
ao passado.
E você se
toca com espanto
pela
terceira vez,
ao se
aperceber nas indiferenças
das
pessoas.
Receber
apenas
indiferenças
das pessoas
é seu
terceiro impacto,
queda ou
aumento
de
pressão.
Pois, é neste
exato momento,
que se dá
conta verdadeiramente,
que se
encontra
mais
solitário do que nunca.
Que você não
é apercebido
mais um na
multidão,
mendigo,
pedinte, excluído
ou pária,
é muito mais
do que isso.
Não lhe
notam
nem lhe
enxergam mais,
tanto faz você
existir
quanto faz
você não existir...
É que você,
tornou-se um fantasma,
invisível
aos olhos de todos.
Das pessoas
que lhe cercam
e convivem
consigo
lugares e
situações, teto e comida,
pois que sua
imagem
se lhes
restringiu
do obvio e
da visão.
É como se
fosse
e de fato
é!...
De você
nunca ter
existido...
- Isso?...
Que é solidão!...
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