Para aquela, que há de vir!...
Última Carta.
Gentil Mulher!...
Leia esta última carta com carinho
e veja se não é você, esta mulher,
por quem tanto procuro...
Digo-lhe hoje!...
A obsessão que se me acomete
nesta busca por você,
é como se fosse uma dor,
que chega sem avisar...
Mas não chega ser uma dor
em que me vejo agora,
nesta minha espera de nunca
se acabar,
futucando nas feridas
ainda abertas
dos meus sentimentos,
só esperando por você...
Digo-lhe hoje!...
Que esta dor que vai ficando
e vai batendo-me ao peito,
invariavelmente, insistindo,
só, esperando por você,
minha amada e sossego
do meu coração...
Sabe?...
Este meu combalido
e infringido coração
encontra-se desnorteado
pelas frustrações amorosas
passadas,
que já varreram de vez
a minha alma,
pois assolaram quaisquer
resquícios
deixados nas sobras,
que ficaram das minhas
esperanças
sonhadas e pretendidas de ser
e realizar-me um homem completo
no afeto e paixão feminina,
homem e mulher,
na entrega mutua incondicional
de um amor venturoso,
duradouro e verdadeiro...
Mas!...
Só me restaram rastros
das pegadas
deixadas nas areias das ilusões
efêmeras e passageiras...
Ah!...
Se é você mesma,
a luz dos meus olhos,
aquela que será capaz
e vai desejar tocar afinada
nas mesmas sinfonias
as sintonias de um amor
sem igual,
embaladas no encantamento
das atrações físicas espontâneas,
que se parecem e se completam,
ritmadas nas melodias dos afagos
e nas trocas das cumplicidades
e intimidades recíprocas,
homem e mulher no amor restrito,
só para nós dois...
Ah!...
Se é você mesma,
o encanto da minha vida,
aquela que vai desencantar
e enternecer,
outra vez a minha alma,
aquecendo-me pra valer,
no nosso amor incondicional,
aconchegante e quente
no inverno que se advém rápido,
nos dias das muitas primaveras
já vividas
em que me dou conta,
agora...
Ah!...
Se é você mesma,
o motivo e causa
dos meus anseios,
aquela pela qual me fiz firme
no propósito
de resguardar-me por completo
“incontaminado”
das paixões devassas,
que só deixam amargo gosto
no cálice
sorvido das relações sexuais
ilícitas...
Ah!...
Se é você mesma,
de onde eu não sei de onde
você virá
e muito menos quando,
eu também não tenho
como saber de quando será,
mas você, se neste momento
for você mesma,
aquela que estiver lendo agora,
estes meus escritos intencionais,
na medida e rumo certo
ao seu coração...
Então!...
Não estou dando pressas
às suas decisões,
você tem maneiras
de contactar-me
para trocarmos palavras,
por mensagens nas redes sociais
ou por celular...
E depois ao vivo e a cores
no brilho dos nossos olhos
e sinceridade
dos nossos corações,
nos enxergarmos e trocarmos
abraços...
Trocarmos mais palavras
e afetos carinhosos
e de quem sabe,
trocarmos beijos molhados
e quentes,
conhecendo e nos tocando...
E trocarmos planos
para combinarmos
o amanhã e o depois do amanhã...
E o que eu peço,
peço agora ao Divino e aos Céus
por testemunhas,
que o sol nunca
venha se pôr nas decisões
tomadas imperscrutáveis
neste dia,
no pacto e fidelidade
do nosso amor!...
Viu?...
Minha amada e amorosa mulher
de minha vida...
Escrevi estas últimas letras
e rabiscos
rascunhados muitas vezes,
mas muitas vezes mais,
na intenção verdadeira
só para você
e no firme propósito
e na imensa vontade
de lhe sensibilizar...
Gentil Mulher!...
Esta declaração de amor,
escrita na razão e na sinceridade,
do que me sobrou no coração,
é para você, minha amada,
nomeada nas minhas esperas,
de sempre estar a esperar
por você,
ler e meditar...
E só lhe peço!...
”Ouça a voz do seu coração”...
Esta é a Última Carta
endereçada a você,
pois que não lhe escreverei mais...
Que faço agora,
me despedir de você!...
Agora lhe cabe decidir-se,
fazer contato comigo
e me conhecer pessoalmente...
Que já lhe disse por diversas vezes
nas cartas anteriores,
que o tempo tem passado
acelerado,
cada vez mais depressa
para mim...
Então!...
Não me deixe desesperançado
e me relegue a envelhecer sozinho,
descrente dos meus motivos
e entregue a imensidão
e tristezas de minh’alma...
Que aí estarei
envelhecido de verdade
e você terá passado
desta minha vida...
Então!...
Nem lágrimas e nem dores
terão mais valido apenas,
nem para você, nem para mim.
E você só me encontrará
na eternidade...