Para aquela, que há de vir! 8ª Carta.
Gentil Mulher!!!
- Hoje, não vou escrever-te
palavras doces de encorajamentos
ou de saudades, pois tu já sabes,
que és a pretendida do meu coração.
- Hoje, só me encontro
e me vejo nas intermináveis
tristezas de minh’alma,
que se me faz necessidade urgente
desabafa-las e botar para fora
sentimentos reprimidos, raivas repisadas,
que as tive de sorver no cálice,
ao longo de minha angustiada
e solidão existência.
Mulheres e mais mulheres
as tenho conhecido bem,
as leio suas almas
um livro aberto para eu ler,
entretanto nos finalmente
nunca se dispuseram a dividir
e compartilhar comigo entendimentos
e consentimentos recíprocos verdadeiros.
Anos e anos vendo meus melhores dias
se escoarem nas areias das desilusões
e me enxergando aos poucos,
passado e cansado em se submeter
ou tentar torcer os rumos
e sorte do meu destino
ou, sei lá como o chamam.
Anos e anos em se me ver
negados afetos de uma vida
vivida plena, amorosa e sexual.
Dá-se por perdido
o que não tinha remédio,
irremediavelmente ficou,
de não ter conserto ou apreço
na conquista e posse
da compreensão e amor
de uma mulher.
Dá-se conta finalmente,
que sopra
ou tem soprado o vento
em te apagar as pegadas,
que tu fazes é só ir em frente
e não olhares para trás.
Mulheres e mais mulheres,
que te enchem de esperanças,
renovam-te nos teus anseios
afetivos, amorosos e sexuais,
só para te deixar depois
na rua da amargura
e esquinas das saudades,
nos becos escuros da solidão
mais uma vez relegado
em ficares só.
Mulheres e mais mulheres,
que passam pela tua vida,
uma a uma de cada vez,
te arrancam pedaços de tua alma,
te ferram marcas ferro em brasas
e dores em teu coração.
Gentil Mulher!!!
- Foi só um desabafo,
que minhas tristezas são tamanhas,
que só fazem sufocar meu coração.
As tive de dividi-las contigo,
contudo te digo a nenhuma delas,
mulheres e mais mulheres,
que as tive e as conheci,
lhes tenho carregado
mágoas ou ressentimentos.
Na próxima carta Te escrevo mais...
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