"Somos os Mestres e as Mestras das Minas Gerais .
Somos uma corrente de Pensadores Independentes e Livres , mobilizados por uma Causa Comum .
Queremos a concretização , de fato e de direito , para uma Educação Pública Libertadora e Igualitária , de Qualidade e para Todos .
Queremos o '' Labore Nostru '' de cada dia , árduo , persistente e imprescindível de Operários do Saber , devidamente , Reconhecido e Valorizado .
Hoje , legitimado por Direito e por Justiça."

terça-feira, 30 de outubro de 2012

REMINISCÊNCIAS DO PASSADO. 1ª PARTE.















Reminiscências do passado. 1ª Parte.
Pensamentos e desejos de um seminarista e de um marinheiro.[ 1964 a 1976 ] 


Tu sabes!

Senhor!
Busco todos os dias
pelos caminhos que trilho,
sempre os mesmos,
respirando a cada instante
o ar de sempre.
E as manhãs
que se parecem
as mesmas manhãs
e as mesmas noites.
Tudo parecido,
ontem, hoje, amanhã
se sucedendo,
repetidamente,
ontem, hoje, amanhã.
E as pessoas passando,
eu, também, passando
no tempo e vendo
que tudo perece,
se acaba um dia
nesta vida que
sinto e não sei
Senhor!
Como ia dizendo,
pelas estradas
por onde vou,
eu busco acolá,
em algum lugar
o que bem sabes
que o seja,
Senhor!
[1964]

Ando sem rumo.

Ando sem rumo
as ruas cheias
de gentes,de sol
de carros.
Piso passeios
quentes de sol.
Pessoas passando,
eu passando.
Sinais piscando,
filas de carros
querendo passar.
Avenidas entupidas,
sol no céu
passando lento.
Tarde descolorida,
cidade de gentes,
de sol, de carros
que correm,
buzinam,
passam passando
uns pelos outros
e não veem,
não sentem
seu Irmão
tão perto.
Vão indo,
vão sós.
Também vou indo
nos passos de outros
buscando, talvez,
paz, calor, amor
em ti Irmão
que não conheço,
não vejo
nas avenidas
sem fins
por onde vou.
[ 1972 ]

Nada.

Nada! O que sinto é nada!
Uma ausência total
do belo sentimento.
Todo o meu ser
destituído desta chama
que começa pequena
e evolui e envolve
nas labaredas que a dois
e a tudo abarcam
toda uma vida inteira
cheia de amor.
Sinto-me dissecado,
vazio e só
por tantas áridas
secas repetidas,
pelos ventos do pó,
pelo sol eterno
que vêm me bater
o coração,
assolando e varrendo,
deixando-me
cada ilusão morta
na cidade dos meus sonhos.
Estou vivendo
dos tempos passados,
das recordações que
inervam e matam
o pouco que me resta:
_um nada, diminuta saudade
vai ficando, morando no lugar
dela.
[ 1973 ]

Assinado: mestresdasgerais [ poeta? ] .

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