"Somos os Mestres e as Mestras das Minas Gerais .
Somos uma corrente de Pensadores Independentes e Livres , mobilizados por uma Causa Comum .
Queremos a concretização , de fato e de direito , para uma Educação Pública Libertadora e Igualitária , de Qualidade e para Todos .
Queremos o '' Labore Nostru '' de cada dia , árduo , persistente e imprescindível de Operários do Saber , devidamente , Reconhecido e Valorizado .
Hoje , legitimado por Direito e por Justiça."

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

REMINISCÊNCIAS DO PASSADO. 5ª PARTE.














Reminiscências do passado.5ª Parte.
Pensamentos e desejos de um seminarista e de um marinheiro.[ 1964 a 1976 ]


Velhinho.
Velhinho
a vagar sozinho
com a bengala
gasta
as ruas vazias.
E as preces das seis,
e os sinos badalando
as Ave- Maria.

Velhinho
vergado nos anos.
Acompanhando
seus passos
o anjo da morte.
E as preces das seis,
e os sinos badalando
as Ave-Maria.

Velhinho
esperando manso
o sono que chega,
o sono eterno.
E as preces das seis,
e os sinos badalando
as Ave-Maria.

Velhinho
a sorrir consigo
seguindo a estrada
que leva a Deus.
E as preces das seis,
e os sinos badalando
as Ave-Maria.

Velhinho
fitando a tarde morrer,
comungando o infinito
com saudades do céu.
E as preces das seis,
e os sinos badalando
as Ave-Maria.

Velhinho
que foi com a tarde
descansar, afinal,
nas mãos de Deus.
E os acordes celestes,
e os anjos cantando
pra sempre Aleluia.
[ 1967 ]


E os homens não querem morrer...

A vida se acaba
na face da terra,
à-toa, na toada
dos sinos badalando,
embalando o sono
dos mortais, dormindo
a morte.

A morte paira
por cima da terra,
espalhando o pânico,
 o medo terrível,
a angústia de lembrar
que ela chama
sem gestos, quieta
uma vez.

A morte paira
por cima da terra,
varrendo as esperanças
de agarrar, querer prender
a vida nas mãos.

A vida se acaba
na face da terra,
sempre, sem nunca deixar
os rastros, por onde
a morte passa
no passo sem graça
de nunca deixar
de passar.

A vida continua.
Os homens brincando
de esconder, de “ PIC ’’ ,
no fim da vida
que se acaba...
[ 1969 ]




Mais uma vez.

E você não veio
e eu fiquei
com minhas saudades
ainda pra dar.
Ah! Me desculpe,
eu disse errado.
A verdade é que
já não me aguento
de saudades e
mais saudades
dentro dos meus bolsos,
dos meus sapatos,
me tomando inteiro,
dando conta de mim.
Pra terminar,
sabe de uma coisa?!.
Não quero muito não!
Quero, apenas,
matar toda
essa enorme vontade
num sonho pequenino,
despretensioso sim,
de tornar a vê-la
mais uma vez,
se repetindo
até quando puder
em outras
mais umas vezes,
tantas, quantas
forem as estrelas
no céu.
[ 1974 ]


Assinado: mestresdasgerais [ poeta? ] .

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