DIVINACIDADE
, 11 DE JANEIRO DE
2014
.
SÁBADO
DO SENHOR .
Senhor
, Deus meu!
. . . ( 1ª Parte )
Venho
a Ti arrazoar
uma causa ! . . .
Quanto
pode um homem pedir ? . . .
Pedir
arrogante ,
dentro
do seu direito perdido ,
que
lhe surrupiaram e abstraíram
ao
longo do tempo ? . . .
Pedir
pouco ,
na
sua humildade assumida
e
esperançoso de ser atendido
um
dia , ainda ? . . .
Pedir
nada ,
conformado
e entregue
à
sua insignificância e relegado
continuar
viver dias , até ,
que
a morte venha e o leve ? . . .
Atrevo-me
, para reforçar
meus
argumentos e justificar e confirmar
a
legalidade das minhas petições ,
passar
em revistas a vida
passada
, pregressa do meu cliente ,
Senhor
, Deus meu ! . . .
Descerrando
as cortinas do tempo ,
que
só a Ti competem
abrir teus Livros
dos
Registros , das Memórias , da Vida ,
podeis
verificar a sua infância remota ,
passada
na fazenda ,
ou
na cidade , decorrida na companhia
dos
avós paternos . . .
Menino
franzino , rosto sardento ,
tinha
a bondade estampada na cara . . .
Criativo
, inventava e fabricava
seus
próprios brinquedos ,
patinetes
e carrinhos de rolimãs ,
“tomadô” ,
linhas e papagaios ,
arco
e flechas , pernas de paus
piões
, piorras e muito mais . . .
Gostava
de nadar , pular de “finquête”
no
rio e no ribeirão da cidade . . .
Gostava
de desbravar as matas ,
riachos
e morros , cada recanto
da
fazenda onde nascera . . .
Gostava
de “viajar” no
carro de boi ,
afinado
chiando melodias
na
toada dos bois carreiros
e
cedo acordava ligeiro e empoleirado
nos
cercados do curral ,
gostava
de ver o pai , na pressa ,
de
tirar o leite das vacas leiteiras . . .
Também
gostava de vê-lo ,
garboso
montado no cavalo “Prateado” ,
que
não era nada prateado ,
mais
um imponente cavalo baio
com
as crinas prateadas . . .
Lembra-se
muito bem do “Ford”
bigode
, caminhoneta grená ,
que
por aquelas bandas e épocas
era
coisa rara e difícil de se ver . . .
Gostava
de ver a mãe e a “Comadre” ,
ajudante
de ordens e pessoa já estabelecida
e
respeitada na família ,
as
duas mulheres e senhoras da fazenda
nas
lidas e canseiras domésticas ,
ordinárias
e de praxe ,
em
lavar roupas no “rêgo
d’água” ,
em
cozinhar panelas e panelões
pros
camaradas de serviços
e
de sobra cuidavam da criançada ,
recebiam
visitas e arrumavam
a
casa e café de todos os dias . . .
Dinho
e Dinha ,
os avós paternos . . .
Ele
entendido e estudado em homeopatia ,
receitava
e remédios em gotas , dava de graça
à
uma clientela cativa , pobre e carente ,
que
lhe tinham estima e respeito
e
, de quebra , ele tinha terras
a
perderem de vistas pelos lados
da
cidade de Itapecerica ,
onde
criava e vendia bois gordos . . .
Ela
, sempre prestativa , praticava
filantropia
e caridade e costurava
fardos
de roupas , cobertores , cobertas
aos
necessitados ,
que
lhe batiam às portas . . .
E
o menino cresceu vendo tudo isto
e
só teve de ficar menino bom ,
que
dava gosto de vê-lo crédulo
nas
estórias contadas
pelos
proseadores da roça ,
que
de tudo contavam um pouco ,
desde
assombrações vistas almas penadas ,
nas “tronqueiras” pagando
penitências ,
até
estórias mirabolantes do “arco
da véia”,
de
arrepiar a cabeleira ,
contadas
daquele povo do lugar ,
gente
brava ,
que
fio de bigode era garantia
da
palavra dada e empenhada
e chegava
mesmo ao cúmulo
das
últimas consequências
de
rasgar o bucho dos desafetos ,
por
falta de respeito às mulheres alheias . . .
O
menino cresceu vendo tudo isto
e
só teve de ficar bom menino ,
“bão” de
coração ,
que
seu apelido dado pelo pai
era
chico , chico boi . . .
Mas
veio dia e um dia ,
o
menino se “arrezolveu” e
pegou
todo
mundo de surpresa
e
disse que ia ser padre ,
igual
ao seu tio padre . . .
E
foi ser sacerdote do Senhor ,
seminarista
estudou muito ,
rezou
ainda mais
e
aprendeu a disciplina , em ser
muito
mais ainda abnegado
no
retiro da sua alma . . .
Tinha
planos para exercer sua vocação ,
mas
, Senhor
, Deus meu ,
ele
perdeu a fé no sagrado ,
desacreditou
de todas as falas ,
que
lhe tinham incutidas
em
anos de estudos e reflexões ,
meditações
e penitências ,
jejuns
e orações ,
passados
na solidão de sua alma ,
que
não lhe satisfizeram
e
não o convenceram mais do rumo certo ,
que
pensava , tinha traçado
e
ele largou tudo , tirou a batina
e
deu no pé , Senhor
, Deus meu . . .
E
foi o primeiro vazio ,
que
lhe encheu alma e coração . . .
E
ele continuou , agora , bom moço
e
só em Ti cria
, Senhor
, Deus meu . . .
Sua
cidade encolheu
e
ficou pequena para ele ,
ele
foi e ganhou o mundo . . .
E
esta foi a primeira etapa
da
sua vida . . .
Todas
estas benções
e Teu perdão
eu Te suplico
, óh
Senhor ,
resguardado
e confiado , apenas ,
no
bendito nome
do SENHOR JESUS, AMEM . . .
Assinado
: mestresdasgerais
[ só
um homem ,
penitente
e pedinte
ao Onipotente
Deus . . . ]
FIM
DA PRIMEIRA PARTE .
Nenhum comentário:
Postar um comentário